
A produção física industrial do estado do Rio de Janeiro, assim como a do Brasil, apresenta importantes dificuldades no processo de sua evolução. Considerando que o ano de 2021 foi muito afetado pela crise sanitária, onde muitos negócios não conseguiram operar de forma regular, neste ano, muito mais tranquilo em função do processo de vacinação adiantado, os resultados deveriam ter mais expressão. Isso não está ocorrendo.
No período de janeiro a maio as taxas de crescimento mensal, com base no mês anterior, apresentaram uma média mensal positiva, porém inexpressiva. Em janeiro a queda foi de 1,8% em relação a dezembro, em fevereiro ocorreu mais uma queda de 0,7% e em março um crescimento de 2,6% em relação a fevereiro. Em abril ocorreu um crescimento de 5,7% em relação a março, porém em maio a queda foi de 4,1% em relação a abril. A figura a seguir, apresenta a evolução.

Figura 1: Taxa de crescimento da produção industrial no estado do Rio de Janeiro
Fonte: Elaboração própria com base no IBGE
Já no acumulado do ano os resultados são melhores, mas ainda frágeis perante a condição da base de comparação. Lembremos de um ambiente de empresas fechadas por conta da pandemia do coronavírus e da expectativa pela vacinação.
Setorialmente, a indústria extrativa ainda puxa a atividade industrial. No acumulado do ano este setor cresceu 6,5% em janeiro; 5,7% em fevereiro; 6,9% em março; 6,2% em abril e 3,9% em maio, considerando o mesmo período do ano anterior.
A indústria de transformação começou o ano com dificuldades, apresentando um crescimento de 0,3% em janeiro e uma retração de 0,5% em fevereiro, mas conseguiu positivar as taxas de crescimento nos meses seguintes. Evoluiu 0,6% em março; 5,6% em abril e cresceu 6,1% em maio, considerando mesmo período do ano passado.
As conjunturas internacional e nacional não estão animadoras para a decisão de investimento produtivo privado, neste caso os governos, estadual e locais deveriam ter um papel mais ativo no sentido de incentivar o surgimento de novos negócios. Planejar a utilização dos recursos correspondentes às vantagens comparativas regionais pode ser uma alternativa potencial, afinal esses importantes estoques de recursos tem uma elevada taxa de ociosidade. Observa-se uma grande contradição nas cidades. De um lado, consistentes estoques de recursos improdutivos e, do outro lado, ampliação do desemprego e pobreza.
Professor Alcimar das Chagas Ribeiro, Diretor do NUPER
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